...é chegar, sentar e ouvir a história!

quinta-feira, 26 de março de 2015

Abriu o outono

Quem é o dono?

O  domingo amanheceu lindo.
O céu estava muito azul, o sol mais durado do que nunca.
Mais azul do que o céu, mais brilhante do que o sol, era um ovo  muito grande que estava escondido na grama do quintal. Era azul e vermelho, com pintinhas brancas.
A galinha branca o descobriu e não perdeu tempo:
_  É meu.  Eu é que vou chocas.
A Marrequinha deu o contra:
_  Por quê?  Ora essa!  Está na cara que é ovo de marreca! É meu.
A galinha d" Angola parou de dizer 'to fraco".
Queria mostra que era forte, de briga, e falou grosso:
_  É meu, não estão vendo?  Tem até as minhas pintinhas.
A pata cinzenta chegou gritando:
_Nada disso. É ovo de pata. É quase da cor das minhas penas.
 A galinha branca de risada.
_ Acho que você está precisando de óculos, como o nosso dono...
Mas  a pata enxergava muito bem e não era boba. Tinha ouvido  Tetê ler para a irmãzinha a história de um patinho que era feio e depois virou cisne.
Aquele ovo diferente devia ser de cisne. Ela poderia choca-lo, criar o cisnezinho e ser heroína de uma história.
_ Vocês  estão loucas?  Um ovo lindo assim só pode ser meu.  Veja como as cores da cauda de meu marido.   _ Disse a pavoa
_ Ra, ra, ra. Ré, ré, ré.
Era a arara  dando uma risada encantadora,
_ Ra, ra, ra.  Nunca vi pavão de penas vermelhas.  Esse ovo é meu.  Quem nesse quintal tem as penas mais coloridas?  Eu, só eu.
A perua veio peruando com seus sete peruzinhos.
-Glu, glu, glu. isso é ovo de peru.
O canarinho também queria aquele ovo. Mas dizer que era seu, sendo ele tão pequeno e o ovo tão grande, era uma mentira sem tamanho...  Ninguém  ia acreditar que o ovo tinha rolado pelas grades da gaiola e caído na grama...
Para acabar com a gritaria das aves, ele disse para a coruja, do tronco oco, que tinha acordado com a briga:
_ A senhora é muito sábia sabe de quem é esse ovo?
- Não sei não _ respondeu ela que não sabia quem era o dono daquela maravilha. E não sabia mentir.
_ Diga que é seu. Todas as aves confiam na senhora e vão acreditar.
_ De jeito nenhum, posso ser feia mas não sou mentirosa.
No quintal o bate bico continuava;
_ É  meu.
_ Não, É meu.
-Não vê que é meu?
_ É meu, só meu.
Logo, logo, iam cair de bicada sobre as outras.
Não tinham razão e não queriam ceder.
E como estavam mentindo, não acreditavam nas companheiras.
Foi ai que Tetê saiu de casa correndo, estranhou aquela algazarra no quintal. Já era hora de procurar os ovos que mãe costumava esconder no meio das plantas.
Chegando perto das aves, ela viu o grande ovo azul e vermelho com pintinhas brancas.
Espantou para longe as aves, que se espalharam muito desapontadas.
A garota pegou o ovo e foi tirando devagarinho aquela "casca"  multicolorida.
Dona coruja viu e entendeu tudo.
Ela ficou com pena daquelas aves tontas. Reuniu as penosas e explicou com paciência que elas tinham brigado à toa. Nenhuma delas poderia chocar aquele ovo. E explicou o motivo.
As  aves sossegaram. A coruja voltou a dormir. O canarinho trincou mais bonito.
********Texto * Teresa  Noronha************

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